ecofascismo

São Paulo é refém de preservacionismos com critérios duvidosos

Sobre a recente demolição do edifício da Cultura Inglesa que funcionava na rua Deputado Lacerda Franco, classificado no Instagram como “icônico” e “de valor histórico” por Nabil Bonduki (PT), queremos aproveitar para reeditar alguns comentários na forma de um artigo, para que nosso latim não seja enterrado no submundo das redes pegajosas de Mark Zuckerberg. De partida, há que se compreender que as pessoas (frequentadoras e, sobretudo, moradoras) do bairro ou da vizinhança mais imediata, correspondem a uma pequena fração da cidade, não podendo ser descartada a possibilidade de protagonismo nas opressões em escala metropolitana que estão ligadas com a preservação de tecidos (ou seja, fragmentos do espaço que humanos transformam para viver) repletos de edifícios de baixo gabarito (ou seja, de pouca altura) e baixa densidade (ou seja, que abrigam poucos habitantes).

Continuar lendo

Dane-se Pinheiros e a esquerda caviar

Quando figuras proeminentes da esquerda brasileira, como Nabil Bonduki (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) publicam em suas redes sociais, sempre vale avaliar não só os comentários, mas a moderação (ou a falta dela) em relação às ideias de potenciais pessoas eleitoras. Seriam alguns comentários um termômetro de um eleitorado que demonstra ser viciado em volante e cidades pouco densas e muito segregadas? Aparentemente, sim. As tristes demonstrações são constantes e é difícil observá-las com passividade.

Continuar lendo

Paisagens invisíveis

Prólogo Pequenas alterações foram realizadas para explorar possibilidades inexistentes na rede social, além disso, foram feitas pequenas alterações para adequar o conteúdo à proposta do site. Superlotação: subproduto de uma paisagem excludente Legenda: Versão sem recorte da publicação original, de 3 de março. Trem superlotado no Serviço 710 (embarque para viagem entre as estações Ipiranga e Santo André), pico vespertino. Clique para abrir e ampliar “ O problema nunca foi "

Continuar lendo

Quadrilátero de luxo não é “oásis”

O recente caso do Quadrilátero Vilas do Sol, mais uma vez, expõe uma argumentação criativa (para não dizer desonesta) e polarizadora, que pouco contribui para a construção de uma agenda robusta em torno da melhoria da urbanidade das cidades da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo). Pelas falas de Nabil Bonduki (PT), vereador eleito na última eleição, a região apresenta um modelo que equilibra a verticalização. Discurso perigoso. Luxo, herdeirismo e hipocrisia.

Continuar lendo

Luxo, herdeirismo e hipocrisia. Nabil, você legislará para quem?

Lamentavelmente, de novo, encontramos um mandato de um partido de origem operária e metalúrgica se perdendo nos devaneios de herdeiras milionárias e, pior, oferecendo combustível para avaliações distorcidas do espaço. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Nabil Bonduki (@nabil_bonduki) Legenda: Publicação compartilhada por Nabil Bonduki em parceria com o Pró-Pinheiros em 23 de fevereiro de 2025 Considerando a defesa da mudança do conjunto de lotes que compõe um minúsculo perímetro de Pinheiros batizado como “Vilas do Sol” para ZPR (Zona Predominantemente Residencial), gostaríamos de entender por qual motivo determinadas características estão sendo atribuídas de maneira exagerada e irrazoável.

Continuar lendo

São Paulo não está inchada! Por um Centro Expandido denso e acolhedor

No último domingo, 10, o Movimento Salve a Sena Madureira, bem como outros grupos ativistas, organizaram uma concentração na região da Praça Lasar Segall. Nosso membro e morador da região, Lucian De Paula, esteve presente e fez uma fala importantíssima sobre direito à moradia. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Lucian De Paula (@lucian.dp) Legenda: Fala de Lucian De Paula, conforme publicação no Instagram Não é utopia lutar pelo direito de residir no mesmo bairro no qual existem vínculos de trabalho, de estudo e de saúde.

Continuar lendo

Direito de criticar a preservação das Vilas do Sol deve ser respeitado

Para defender um centro comercial e residencial de luxo, a Gazeta de Pinheiros, mais uma vez, retomou a interpretação ingênua do Plano Diretor Estratégico, reforçando uma noção genérica de “trabalhadores” e “interesses imobiliários”. Em tela, mais uma vez, quem especula com restrições artificiais é tratado como herói, enquanto a produção imobiliária é generalizada como uma casca vazia e de utilidade duvidosa. Legenda: Galeria da viagem ao quadrilátero em abril de 2024.

Continuar lendo

Seu “ecobairro”, nossa humilhação. Uma paisagem que tritura a maioria

O cinismo da discussão em torno da suposta preservação ambiental da capital paulista, que estimula a urbanização difusa (chamada de urban sprawl, em inglês), muitas vezes a partir de favelas e loteamentos de origem clandestina ou irregular, produz outro efeito colateral bastante preocupante: o esgarçamento da escala local, negando São Paulo como metrópole e outros 38 municípios como integrantes de sua região metropolitana. De olho no preocupante fenômeno de associações de moradores, organizações não governamentais e indivíduos supervalorizarem a escala local, no que parece um possível efeito do fenômeno descrito por Mike Davis e citado por David Harvey com relação ao mercado imobiliário estadunidense, ou seja, um comportamento exacerbador do direito de propriedade que resulta num “microfascismo de vizinhança”, passei a olhar mais cuidadosamente para a urbanização difusa sem abandonar um olhar voltado à classe social e, sobretudo, à concentração de renda.

Continuar lendo

Em São Paulo, o campo progressista ainda não despertou para a emergência climática. Entenda

Contextualização Recentemente, veiculamos em nossas mídias (Telegram, Mastodon e Facebook) um artigo do portal ((o))eco sobre emergência climática e, francamente, é doloroso compartilhar qualquer material a respeito. Se, de fato, estamos cruzando a linha e impondo danos irreversíveis ao planeta, pelo visto, o recado ainda não chegou na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). A ideia de emergência climática, mesmo que respeitada e propagada pelo campo progressista, não está devidamente conectada com as ações enérgicas necessárias para frear a catástrofe produzida pelo egoísmo e ignorância do ser humano.

Continuar lendo