rodoviarismo

Subsídio às montadoras impulsiona narrativas abjetas no Twitter

Antes que qualquer um de nós conseguisse compreender profundamente as mudanças propostas para o plano diretor paulistano, o anúncio de uma política federal de incentivo a automóveis precificados em até R$ 120 mil, passou a bombardear nossas linhas do tempo na rede social do canário mimado. Apoiadores — e até mesmo alguns opositores! — do governo Lula passaram a defender a posse do automóvel, construindo espantalhos e generalizando situações pontuais para todo o Brasil.

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Alta dos combustíveis e a falta de consciência

É lamentável que a experiência adquirida com a implantação e operação de ônibus elétricos convencionais, por exemplo, não tenha nenhum papel relevante para ensejar propostas nas campanhas. O surgimento do Corredor Metropolitano ABD, que atende aos municípios de Diadema, São Bernardo do Campo, Santo André e São Paulo, é fruto de uma série de esforços envidados a partir da década de 1970, marcada pelos choques que ficaram conhecidos como crises do petróleo e, mesmo assim, parece não servir de exemplo, tanto com relação aos acertos, quanto com relação aos equívocos.

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Quem se importa com o transporte público na Região Metropolitana de São Paulo?

Ninguém se importa. A capital paulista elegeu uma gestão inócua no campo da mobilidade e só agora pode comemorar, após quatro anos, a inauguração de menos de 2 km de faixas exclusivas. A região metropolitana, fragmentada em quase 40 municípios, segue pouco coesa e poucos são os municípios realmente aproveitáveis em termos de política de mobilidade, mesmo que equivocada. Concessões de rodovias são renovadas, ampliadas ou celebradas sob o silêncio perturbador da ignorância e da indiferença.

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Balanço de atividades 2020

Novo site No mês de junho nosso novo site finalmente foi lançado, representando uma ruptura com a plataforma Medium, que desde 2014 abrigava toda a nossa produção textual. Apesar das sugestões recebidas de outros membros, o árduo trabalho de colocar o site no ar foi executado por apenas uma pessoa, que estudou as tecnologias disponíveis no mercado, contratou a hospedagem e o domínio e iniciou a migração de todos os artigos, num processo moroso e frustrante, que levou meses (de 13 de junho até 1 de setembro) para ser concluído.

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Praça Sacadura Cabral ainda sofre efeitos do rodoviarismo mogiano

Como apontado pelo COMMU recentemente, foram necessários R$ 4 milhões para custear as obras da Praça Sacadura Cabral, que praticamente desapareceu após a implantação de um pequeno complexo viário construído nos últimos anos no Centro Histórico e Tradicional de Mogi das Cruzes como parte de uma estratégia de aumento da segregação da circulação do tráfego de automóveis e motocicletas em relação à Linha 11-Coral (Luz-Estudantes) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

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COMMU participa de conversa com candidatura de Piracicaba

Introdução O COMMU recorrentemente comenta, propõe e cobra melhorias nas políticas públicas voltadas à mobilidade na RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) e ocasionalmente na MMP (Macrometrópole Paulista). Temos um posicionamento que é facilmente identificado como de esquerda e progressista. Com isso em mente, embora não façamos apoio a nenhum partido em particular, não é possível ser apolítico e se isolar das instituições responsáveis por propor, executar e fiscalizar políticas públicas.

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Contra o fenômeno do carrismo, doutorando propõe programa tributário

Série especial Organizada para ocorrer entre os dias 01/09/2020 e 04/09/2020, a vigésima sexta edição da Semana de Tecnologia Metroferroviária, organizada pela AEAMESP (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô) em formato gratuito e virtual, revela importantes trabalhos ligados ao transporte de média e alta capacidade, produzidos por diferentes atores. O COMMU mais uma vez compartilha impressões do evento por meio de uma série especial. Clique aqui para conferir todos os artigos da série já publicados até o momento.

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Tensões entre comerciantes e ciclistas reforçam por que São Paulo peca em qualidade de vida

Contextualização Como temos divulgado, os meses de maio e junho de 2019 são especialmente importantes para a mobilidade ativa na capital paulista, pois uma série de audiências do plano cicloviário estão ocorrendo em paralelo com a consulta online. Em 31/05/2019 foi a vez da audiência para a região Leste 1, que abrange as subprefeituras Penha, Mooca e Vila Prudente. Este texto tem como proposta ser um relato que rebate brevemente alguns dos absurdos proferidos durante a audiência, não se propondo a substituir um artigo anterior que rebate argumentos anti-ciclovia.

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Minhocão já poderia ter sido demolido, mas seguimos insistindo em premissas duvidosas

Contextualização A ideia de que a demolição do Minhocão (oficialmente Elevado Presidente João Goulart) provocará uma hecatombe em São Paulo é repetida por algumas pessoas sempre temas envolvendo o patético elevado ressurgem. A justificativa geralmente gira em torno das seguintes premissas duvidosas: (i) é preciso investir no transporte público primeiro; e (ii) é preciso investir no transporte individual primeiro, fornecendo pelo menos uma nova alternativa viária. Nada mais equivocado, como veremos neste artigo.

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Por que é tão difícil discutir a mobilidade na região do Grande ABC?

Introdução Nos últimos meses a Linha 18-Bronze (Tamanduateí-Djalma Dutra), que tem tudo para ser mais uma PPP (parceria público-privada) fracassada, tem sido envolvida em discussões sobre mobilidade urbana que adotam as premissas erradas e, como não poderia deixar de ser, chegam a conclusões equivocadas ou até mesmo desonestas. Considerando que já travamos uma série de discussões na página, que temos vários membros que moram e/ou estudam e/ou trabalham em municípios do Grande ABC (também chamado de ABC Paulista, ABC, ABCD e ABCDMMR, embora a denominação oficial seja Sub-região Sudeste da Região Metropolitana de São Paulo) e que não seria de bom tom ignorar o que vem acontecendo, estamos publicando um artigo a respeito.

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As entrelinhas da preservação do Minhocão

Prólogo Recentemente o 32xSP publicou reportagem intitulada “Prefeitura autoriza Parque Minhocão, mas moradores sonham com demolição do elevado” a qual veiculamos na nossa página facebookiana, como parte da nossa postura de incentivar veículos regionais, veículos independentes e outras mídias que contribuem para um olhar mais plural sobre São Paulo e a metrópole. Introdução realizada, o que vale destacar é que a partir da divulgação, foram observados alguns pontos de vista nos comentários, os quais valem ser discutidos com maior profundidade e tranquilidade aqui no Medium, longe das pressões impostas por uma caixa de comentários e o imediatismo tão comum no Facebook e, talvez não seria exagero dizer, o imediatismo tão comum ao próprio Elevado.

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As marginais se tornaram o sintoma de um tipo de egoísmo urbano

Contextualizando Recentemente compartilhamos em nossa fanpage publicações ligadas à Ação Civil Pública iniciada pela Ciclocidade, buscando evitar o aumento dos limites de velocidade nas marginais, a qual foi deferida, impedindo assim a Prefeitura de São Paulo de elevar os limites até que a liminar seja derrubada. Na altura você já deve estar se perguntando “tá, mas e daí?”, daí que vem a reação pública, a cobertura da imprensa, a cobertura dos veículos alternativos etc, sendo que aqui eu vou falar de como as pessoas estão reagindo nas redes sociais quando a grande imprensa fala do tema.

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O pior do rodoviarismo é a narrativa

O Diário do Grande ABC publicou hoje, 09/01/2017, uma reportagem intitulada “Avenida dos Estados e seus velhos problemas”, da qual os dois fragmentos abaixo foram extraídos: Principal ligação entre o Grande ABC e a Capital, passando por três cidades da região — Santo André, São Caetano e Mauá — a via segue com deficiências estruturais, entre elas remendos malfeitos no asfalto, falta de sinalização viária adequada, vegetação alta em diversos trechos, erosão às margens do Rio Tamanduateí, além dos já tradicionais congestionamentos.

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Eles não desistem!

E saiu mais um editorial pra lá de questionável do Estadão, que faz uso de argumentos baseados numa necessidade de rigorosos estudos de demanda e impacto de vizinhança para justificar a expansão cicloviária (dando a entender que absolutamente nada existe, o que não é bem verdade). Novamente, não ficaremos calados! A verdade é uma só: o Estadão é, historicamente, conivente e negligente na cobertura das questões do transporte coletivo em toda a metrópole, de Francisco Morato a Mogi das Cruzes, de Itapevi a Rio Grande da Serra, passando pelas regiões mais nobres ou mais estigmatizadas da capital paulista, o periódico sempre mediu esforços, tendo uma equipe minúscula (principalmente nos dias atuais) e, não seria exagero dizer, nada incentivada a pautar com seriedade e abrangência o transporte metroferroviário e o incentivo irresponsável ao automóvel (que não é restrito ao IPI, como alguns tentam mostrar, criticando seletivamente parte do Estado Brasileiro).

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O motorista do automóvel é um vilão?

Legenda: Charge que compartilhamos no Facebook em 23/04/2015 Aproveitamos a polêmica gerada naquela altura para recuperar algumas colocações que fizemos, de forma a não permitir que sejam esquecidas num post antigo do Facebook. Vilão ou vítima? O motorista do automóvel é um vilão? Não. Nós, indivíduos, cidadãos, pessoas comuns, em geral respondemos aos incentivos que recebemos. Se a cidade, sociedade ou Estado fornece boas ruas para os carros e más alternativas para o restante, é razoável supor que as pessoas comprarão mais carros.

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Manifesto a favor da redução da velocidade nas marginais

A Associação pela Mobilidade a Pé em São Paulo e o Coletivo Metropolitano de Mobilidade Urbana manifestam aqui sua posição favorável à redução da velocidade nas Marginais Pinheiros e Tietê na cidade de São Paulo. Antes de tudo, somos a favor da vida. Se reduzir a velocidade dos carros é uma maneira de garantir que vidas sejam poupadas, e, com isso, famílias inteiras deixem de sofrer, não podemos ter outra posição senão apoiar tal medida.

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Quatro minutos a mais na marginal ou mais de quatro décadas com menor qualidade de vida?

Introdução Usando contra a Folha de S.Paulo material da própria Folha de S.Paulo, lembremos de uma célebre frase do arquiteto e urbanista Jaime Lerner: “ O carro é o cigarro do futuro A declaração foi feita no Fórum de Mobilidade Urbana organizado pelo jornal em 2013, como podemos verificar aqui. Na altura, Lerner foi usado para depreciar as ações da prefeitura da capital paulista em relação aos ônibus, agora, de forma menos discreta, o tablóide paulistano expressa sua preocupação com a perda de 4 minutos devido à redução do limite de velocidade nas pistas expressas.

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Estrutura do automóvel como régua

Legenda: A Short History of Traffic “Engineering”, de Copenhagenize Design Co. O condicionamento do traçado da ciclovia à estrutura de uma via expressa, numa situação em que o meio mais lento deve se adaptar ao mais rápido, acaba por criar situações extremamente desfavoráveis aos ciclistas, como a necessidade de percorrer um trajeto muito maior do que o razoável para o deslocamento, por conta da baixíssima conectividade inerente à estrutura, com muito poucas oportunidades de travessia sinalizada.

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Vamos acabar com os trens em Mogi das Cruzes? (Ou como tentar resolver um problema criando outro muito pior)

Não, não estamos falando de pedir por racionalidade na infraestrutura viária, cedendo espaço para pessoas e transporte público. Infelizmente, estamos falando do inverso, de remover trilhos da CPTM, acabando com os trens. Tudo para abrir uma nova avenida para automóveis. O equívoco Abaixo reproduzimos o discurso que levou à produção do artigo. Trata-se da reprodução do original, publicado num grupo de discussão sobre a cidade de Mogi das Cruzes: “deixa eu dar um ponto de vista pois não conheço a cidade direito , não seria mais pratico este trem que vem de sp, parar antes da cidade e eliminar estas linhas que atravessam ela,travando o transito pois tem horas que o trem é a cada 10 minutos?

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Por que os feriados prolongados são uma ótima oportunidade para irmos além das rodovias?

Introdução Quem vive em São Paulo (na capital ou em outras cidades que compõem a Região Metropolitana de São Paulo) sabe que a cada feriadão, a cena se repete: centenas de milhares aproveitam a maior quantidade de dias de descanso para fugir da metrópole. Além daqueles que visitam cidades fora do Estado de São Paulo, uma parcela expressiva busca refúgio no campo ou na praia, o que significa ir para o interior ou para o litoral do estado.

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