Caio César

Em mais um dia de greve de ônibus, CET repete receituário ultrapassado

Em mais uma greve dos ônibus dos operadores privados do sistema estrutural da SPTrans (São Paulo Transporte), a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) repete receituário ultrapassado e privilegia o automóvel, liberando faixas exclusivas e corredores de ônibus para que sejam invadidos por automóveis, caminhões e motocicletas. É sintomático que a CET continue prejudicando a infraestrutura de priorização do transporte público sobre pneus, negando, por exemplo, que a despeito da paralisação das linhas do sistema estrutural, permanecem circulando as chamadas “lotações”, geralmente ônibus de menor porte que fazem parte do sistema local, responsável por atendimentos entre bairros, incluindo linhas alimentadoras para terminais de ônibus urbanos da SPTrans e estações do sistema de metroferroviário.

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Unidade de negócio!? Não, o Expresso Turístico deveria ser extinto

Parece que as prioridades andam um tanto estranhas na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos): enquanto pairam incertezas em torno da ideia de estabelecer ligações ferroviárias de caráter regional, utilizando trens confortáveis entre a capital e municípios como Campinas, Sorocaba e São José dos Campos, a estatal decidiu que vai criar uma “unidade de negócio” em torno de seu “ferrorama turístico” (aquele que utiliza uma locomotiva ultrapassada de manutenção em conjunto com carros de passageiros também de concepção superada).

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Alta dos combustíveis e a falta de consciência

É lamentável que a experiência adquirida com a implantação e operação de ônibus elétricos convencionais, por exemplo, não tenha nenhum papel relevante para ensejar propostas nas campanhas. O surgimento do Corredor Metropolitano ABD, que atende aos municípios de Diadema, São Bernardo do Campo, Santo André e São Paulo, é fruto de uma série de esforços envidados a partir da década de 1970, marcada pelos choques que ficaram conhecidos como crises do petróleo e, mesmo assim, parece não servir de exemplo, tanto com relação aos acertos, quanto com relação aos equívocos.

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Concessão das linhas 8 e 9 macula história da CPTM

Este artigo é o segundo de uma série especial de artigos sobre os 30 anos da CPTM. Quem acompanha nossa produção de conteúdo há algum tempo, sabe que temos na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) um foco especial, fruto de uma visão de longo prazo para o desenvolvimento socioeconômico não só da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) e da RMJ (Região Metropolitana de Jundiaí, recém-criada), que abriga municípios de extrema importância para a economia paulista, como a capital, São Paulo, e cidades como as de Barueri, Mogi das Cruzes, Osasco, São Bernardo do Campo e Santo André.

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Contra privatização da CPTM, comitê marca ato para segunda-feira, 20

Depois de realizar um ato na Estação Palmeiras·Barra Funda e lançar um abaixo-assinado, o CLCP (Comitê de Luta Contra a Privatização da CPTM) convoca a classe trabalhadora, a juventude e os movimentos populares para que compareçam em novo ato pela revogação da concessão das linhas 8-Diamante (Júlio Prestes-Itapevi-Amador Bueno) e 9-Esmeralda (Osasco-Mendes·Vila Natal) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). O ato está previsto para ser realizado próxima segunda-feira, 20, às 18 horas, em frente ao Terminal Grajaú, conforme publicação no Facebook e no Instagram.

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Contra privatização da CPTM, comitê marca ato para segunda-feira, 13

O CLCP (Comitê de luta contra a privatização da CPTM) realizou a divulgação de um ato a ser realizado na Estação Palmeiras·Barra Funda, que visa conscientizar a classe trabalhadora dos malefícios associados à concessão das linhas 8-Diamante (Júlio Prestes-Itapevi-Amador Bueno) e 9-Esmeralda (Osasco-Mendes·Vila Natal) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). O maquinista Lucas Dametto, ligado ao CLCP, divulgou mensagem em vídeo destacando que o processo de transferência das linhas para a iniciativa privada se deu em condições estranhas.

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O seccionamento de linhas como a 574J-10 está atrasado e precisa ser defendido

O município de São Paulo possui um dos maiores sistemas de ônibus do continente americano, no entanto, a promessa de uma reforma, dando continuidade ao choque de racionalização ocorrido durante a gestão da Marta Suplicy, então no Partido dos Trabalhadores (PT), jamais foi cumprida. Legenda: As duas tipologias de sistemas de ônibus comumemente adotadas (Guia TPC, p. 17) Seja pela ligação afetiva de alguns operadores com linhas com as quais sentem terem contribuído por um ou mais motivos, seja pelo populismo de políticos eleitos, seja pela ausência de infraestrutura ou resistência para melhor utilização da infraestrutura existente, São Paulo tem patinado na construção de uma rede de ônibus, que substitua o atual sistema, caótico, incoerente e com sérios problemas de velocidade média, oferta de lugares e articulação local e regional.

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Entusiasta canadense retrata Metrô de São Paulo e repete velhos cacoetes em torno da CPTM

Em seu canal no YouTube, Reece se apresenta para um público de cem mil inscritos como urbanista e analista de transportes coletivos de massa. Situado em Toronto, no Canadá, Reece discute não só sistemas norte-americanos, mas também sistemas localizados em virtualmente qualquer lugar do mundo. O fato de o RMTransit ser um canal voltado a um público de nicho, infelizmente, não impediu que Reece repetisse alguns cacoetes comuns acerca dos sistemas sobre trilhos da Região Metropolitana de São Paulo.

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Bucha de canhão: demissão de maquinista da ViaMobilidade evitará novos acidentes?

Noticiada pela mídia especializada e pelos grandes veículos de imprensa, a demissão do maquinista responsável pela condução da composição da Linha 8-Esmeralda (Júlio Preste-Itapevi-Amador Bueno) que se chocou contra uma barreira de contenção na Estação Júlio Prestes, não oferece nenhuma garantia para as pessoas que dependem dos serviços da ViaMobilidade, empreitada que envolve os grupos CCR e RuasInvest. De fato, o que tem sido noticiado é que existe uma abissal disparidade salarial, além de diferenças nas escalas e suspeitas de que não houve tempo suficiente para treinar as equipes.

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Dois meses de Next Mobilidade: impressões e comentários sobre as linhas 152 e 218

Em 12 de janeiro, o Diário do Transporte publicava uma feliz notícia sobre a desmobilização da operação de uma série de péssimas empresas de ônibus do ilustríssimo senhor Baltazar José de Sousa, a saber: Urbana, Viação São Camilo, Viação Riacho Grande, Viação Imigrantes e Viação Triângulo. A salada das permissionárias nanicas e precárias do Grupo Baltazar deu lugar à Next Mobilidade, empresa ligada ao império da família Setti Braga, e que assumiu como concessionária da Área 5 da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) num controverso aditamento contratual, cujo principal efeito colateral foi o cancelamento da Linha 18-Bronze (Tamanduateí-Djalma Dutra) da Companhia do Metrô em prol do BRT (Bus Rapid Transit, ou transporte de massa por ônibus, em tradução livre do inglês para o português brasileiro) ABC da EMTU.

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Prestes a completar 30 anos, CPTM começa 2022 com turbulências

Este artigo é o primeiro de uma série especial de artigos sobre os 30 anos da CPTM. Surgida em maio de 1992 e prestes a complementar 30 anos, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) tem um início de ano ligeiramente turbulento: as reclamações em torno da concessão de duas de suas mais proeminentes linhas, 8-Diamante (Júlio Prestes-Itapevi-Amador Bueno) e 9-Esmeralda (Osasco-Mendes·Vila Natal) não parecem diminuir, ao passo que velhos problemas ligados ao meio físico continuam a assombrar a empresa, tais como inundações (veja aqui, aqui e aqui) e erosões.

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Aumento da coletivização da produção de conteúdo

Desde a implantação deste site, buscamos facilitar a busca de conteúdos de diferentes autorias, no entanto, como demonstrado nos balanços de 2020 e 2021, a produção textual ainda segue muito concentrada. Além da concentração na produção de textos, a gestão de nossas mídias sociais também estava muito concentrada. Considerando o exposto, o problema foi mais uma vez levado para o nosso grupo de discussões e, desde o dia 18 de fevereiro, Lucian De Paula e Diego Vieira ganharam acesso de edição na página do COMMU no Facebook.

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Após prejudicar futuro da CPTM, pasquim mogiano vomita editorial depreciando VLTs

Arrogância Mais uma vez, O Diário de Mogi ignorou sua incompetência, tanto do ponto de vista técnico, quanto do ponto de vista eleitoral, para atacar a — há muito sepultada pelo governo estadual — possibilidade de modernização do trecho mogiano da Linha 11-Coral (Luz-Estudantes) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) com conversão tipológica: de trens pesados para trens leves. Legenda: Diagrama de municípios atendidos pela Linha 11-Coral (clique para ampliar) Ninguém elegeu o jornal para governar São Paulo ou Mogi das Cruzes.

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Balanço de atividades 2021

Encerramento da tentativa de financiamento Após três anos de fracasso, a campanha de financiamento foi abortada. Os esforços de simplificação e outras alternativas adotadas em 2020, como a adição do PagSeguro e do MercadoPago, não contribuíram para um aumento da arrecadação. O site segue sendo custeado pelos principais membros e existirá enquanto for financeiramente viável fazê-lo com nossos próprios recursos. Reduzimos o ritmo de produção O ano de 2021 foi ainda mais difícil.

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COMMU participa de audiência sobre a mobilidade de Santo André

Os membros Diego Vieira (Mobilidade Santo André) e Caio César (um dos principais idealizadores do COMMU) participaram de uma audiência pública do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável do município de Santo André, uma das principais economias da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) e do conjunto de municípios conhecido por nomes como ABC Paulista ou Grande ABC, embora oficialmente corresponda à Sub-região Sudeste da RMSP. Iniciado às 19 horas de segunda-feira, 13, e durando aproximadamente 2 horas, o evento contou com uma apresentação do diagnóstico de mobilidade realizado pela empresa Oficina Consultores, contratada pela municipalidade para a elaboração do plano de mobilidade.

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Verticalização e mau uso e ocupação do solo são resolvidos com ideias e atitudes, não com cinismo

A verticalização é um assunto bastante polêmico quando se trata da capital paulista. Com uma população comparável à de todos os outros 38 municípios da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) somados, São Paulo e seu gigantismo roubam a cena e estabelecem ou reforçam padrões que acabam sendo absorvidos pelas cidades vizinhas. Com a verticalização, não poderia ser diferente: a discussão é fortemente orientada em torno da capital, a despeito do PIB (Produto Interno Bruno) bem posicionado de municípios como Osasco, Barueri, Mogi das Cruzes e São Bernardo do Campo.

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Verticalizar São Paulo não pode e não precisa ser sinônimo de produzir porcaria

Recentemente, o LabCidade publicou um trabalho muito interessante a respeito de como a população está distribuída em São Paulo e parte da periferia metropolitana. Intitulado “A verticalização de mercado em São Paulo é branca”, o artigo suscitou uma série de reações, à direita e à esquerda, ou seja, temos mais uma oportunidade de reflexão e de retomar críticas publicadas anteriormente. Não quero entrar em detalhes sobre as reações, mas quero tecer alguns comentários a partir delas.

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Ferrorama regional

Prólogo Entre as sugestões das pouco mais de 15 empresas que participaram das sondagens realizadas pelo governo estadual em setembro, comentadas pelo site Metrô CPTM em 18 de novembro de 2021, há elementos preocupantes e que, mais uma vez, reforçam que o TIC (Trem Intercidades) Eixo Norte é um projeto limitado e controverso. Contextualização Parece existir muito pouca preocupação com o bem-estar do passageiro atual da Linha 7-Rubi (atualmente Jundiaí-Brás, como parte do Serviço 710) da CPTM (Companha Paulista de Trens Metropolitanos), fora o pouco dinamismo (ausência de estações e estratégias de desenvolvimento urbano e imobiliário) para as estações do serviço parador que deverá operar entre Francisco Morato e Campinas (chamado de TIM, sigla para Trem Intrametropolitano), compartilhando seus trens com a Linha 7-Rubi e suas vias com o único serviço regional, que deverá ser completamente expresso entre as estações Campinas e Palmeiras·Barra Funda (que é o TIC de facto).

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Mogi das Cruzes passará por grandes transformações. Estamos prestando atenção?

Prólogo Enquanto alguns acreditam (ou fingem que acreditam) que a revisão do Plano Diretor Estratégico de São Paulo foi adiada por vontade popular, e não pela pressão de grupos de moradores endinheirados dos chamados “bairros tradicionais” ou “bairros nobres” situados dentro do Centro Expandido, as restrições da capital só reforçam apostas mercadológicas em municípios da região metropolitana que, por melhores que sejam, estão geograficamente distantes dos locais com maior concentração de postos de trabalho.

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Reação exacerbada revela um cicloativismo que desconhece a realidade dos trens

Atualização (30/10/2021, 13h35): alguns críticos alegaram que o texto pede empatia, mas não é empático. Sim, o texto não é empático com o ciclista, porque reage a publicações que não foram empáticas com o usuário do transporte público. Princípio da reciprocidade. Atualização (30/10/2021, 14h07): alguns críticos alegaram que o texto fere os princípios do jornalismo porque supostamente apresenta falsas informações. A menos que os críticos entrem em contato citando quais são as falsas informações, fica o apontamento de que este texto não é jornalístico, apresenta informações apuradas em 25/10/2021 e que o trabalho do COMMU não é obrigatoriamente jornalístico, assim o teor e o tipo textual apresentam variações de artigo para artigo.

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