comportamento

São Paulo sem São Paulo: redefinindo o papel da metrópole

Cerca de metade da população da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) reside nos 38 municípios que orbitam ao redor da capital e, mesmo dentro da capital, parcelas significativas residem a uma distância considerável (a 20, 30 ou mais km de distância) das novas centralidades constituídas ao longo do rio Pinheiros, como Vila Olímpia, Itaim Bibi, Berrini e Faria Lima. Por que um morador da Zona Leste deveria tratar o parque Ibirapuera como principal parque do município, quando reside a uma distância mais curta dos parques do Carmo, do Piqueri ou do Ceret?

Continuar lendo

Rinha de ricos: em busca do antídoto

Eufemismos No bojo dos meus deslocamentos entre São Paulo e São Bernardo do Campo, comentei com outros membros deste Coletivo sobre como é muito fácil ser transformado numa espécie de caricatura ao tentar discutir diferentes porções da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo). Nada contra Paris, mas a São Bernardo do Campo chego de ônibus Há alguns dias, voltei a me deslocar diariamente para São Bernardo do Campo[1] e, ao longo de uma semana, suspeito que já acumulei material suficiente para fomentar discussões por meses, escrevendo artigos, publicando no Instagram, dialogando internamente com outros membros no Telegram, etc.

Continuar lendo

Nada contra Paris, mas a São Bernardo do Campo chego de ônibus

Há alguns dias, voltei a me deslocar diariamente para São Bernardo do Campo[1] e, ao longo de uma semana, suspeito que já acumulei material suficiente para fomentar discussões por meses, escrevendo artigos, publicando no Instagram, dialogando internamente com outros membros no Telegram, etc. E é sobre isso que eu gostaria de falar, sobretudo, para alfinetar o que parece um curioso “processo de filtragem”, deliberado ou não, que reproduz ou escancara profundas contradições de classe.

Continuar lendo

Sucateamento da CPTM pode potencializar relações tóxicas com o território

Trevas no horizonte E se Tarcísio de Freitas (Rep), atual governador do estado de São Paulo, conseguir avançar com o rolo compressor? E se todas as linhas do METRÔ (Companhia do Metropolitano de São Paulo) e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) forem privatizadas? E se a privatização selar um nível de serviço degradado para toda a malha, similar aquele das linhas 8-Diamante (Júlio Prestes-Itapevi-Amador Bueno) e 9-Esmeralda (Osasco-Mendes·Vila Natal)?

Continuar lendo

Discutir cidades é discutir consumo, mesmo que não pareça

Cada vez mais, estou convencido de que o cerne das péssimas discussões urbanísticas está no consumo. Uma parcela do campo progressista parece viver uma síndrome de impostor quando se trata das trocas que realiza em um ou mais mercados. O consumo se entrelaça com uma série de padrões demográficos, dando indícios sobre renda, deslocamentos, nível educacional, entre outros aspectos. É a partir do consumo que sedimentamos nossa relação com a cidade.

Continuar lendo

Procura-se um milagre

Negligência milagrosa Intitulado “Milagre é pegar um trem 3 segundos antes das portas se fecharem”, a crônica de Jéssica Moreira romantiza suavemente a convivência do passageiro com as intermináveis obras de modernização da CPTM e a conivência com o mau comportamento, aquele mesmo que todos sabemos ser o causador de inúmeros atrasos e acidentes, mas que muitas vezes ignoramos na correria cotidiana. Vamos direto ao ponto. Um passageiro segurou a porta do trem e a passageira desesperada (vou assumir que se tratava da própria cronista) saiu correndo para entrar.

Continuar lendo

Tapa cotidiano

Sábado. Faltam uns 10 minutos para as 9h. Os trens sentido Francisco Morato circulam normalmente e a demanda, naturalmente, é baixa. No primeiro carro todos se sentam e mesmo com o maior tempo de partida, típico de um final de semana, sobram assentos. Da Luz até a Barra Funda são cerca de cinco minutos, vencidos sem muito esforço pelo hoje surrado trem de origem eslovena. Mesmo com poucas pessoas para embarcar e desembarcar, quem está na plataforma se mostra impaciente.

Continuar lendo

Correria e empurra-empurra no embarque

No começo de fevereiro um vídeo de um sistema de metrô venezuelano (provavelmente de Caracas) ganhou notoriedade, pois foi compartilhado por um humorista (veja aqui), com milhares e milhares de interações. Enquanto escrevemos, comentários, curtidas e compartilhamentos são feitos. Aparentemente o vídeo foi originalmente compartilhado há dois anos atrás, em um site de humor. As imagens não representam um sistema do qual temos vivência para falar, mas alguns comentários fazem menção a São Paulo e certas estações bem conhecidas, como a Estação Brás.

Continuar lendo

Por que sentamos no chão?

Legenda: Estação Sé. Créditos: VTA São Paulo carece de espaços públicos de qualidade. E não se trata apenas da existência de equipamentos, de sua manutenção e sua segurança (ou sensação de segurança), mas também da construção de um imaginário coletivo a partir do espaço físico. Usar como ponto de encontro uma praça em São Paulo é, no mínimo, estranho a ouvidos paulistanos. Muitos sequer têm noção da apropriação que pode haver em uma praça, veem-na como espaço residual dentro do viário.

Continuar lendo

A exaltação das dificuldades com o transporte coletivo é suficiente para que as causas sejam investigadas?

Quando falhas ocorrem em linhas como a 3-Vermelha do Metrô de São Paulo, transbordam nas redes sociais críticas ao serviço da Companhia do Metrô, à superlotação e à precariedade do transporte coletivo em geral. São críticas oportunas, obviamente, mas precisamos ir além na captura do descontentamento. O problema é que reclamar da superlotação ou dizer que o transporte público é precário, é chover no molhado. Não resolve mais. É um grito de sofrimento que se tornou banal.

Continuar lendo