Caio César

Num xadrez marcado por egoísmo e anseios autoritários, editorial do Estadão parece ironia

O artigo a seguir é uma adaptação de duas sequências de posts no X, feitas em 25/12/2023 e 21/12/2023 pelo nosso membro Caio César. Chega a ser irônico evidenciar a publicação do editorial “Descaso com a cidade de São Paulo” pelo Estadão, jornal que, alertando contra “aventureiros”, sugeriu o voto no atual governo municipal em 2020, entretanto, mais do que a ironia do destino, o texto também une esquerda e direita reacionárias e privilegiadas.

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Contra adensamento, Rede Nossa Paulo banaliza descentralização e continua com narrativa do medo

O artigo a seguir é uma adaptação de uma sequência de posts no X, feita em 22/12/2023 pelo nosso membro Caio César, que marcou a Rede Nossa São Paulo. Naquele dia, a Rede deu ênfase para dois parágrafos da reportagem “Novo zoneamento de SP melhora a sua vida? Veja o que dizem construtoras, especialistas e vereadores” do Estadão. Legenda: Story publicado pela Rede Nossa São Paulo no Instagram Mais uma vez, a Rede Nossa São Paulo está negando as próprias pesquisas que conduz.

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Privatização: memória curta e fantasiosa distorce papéis

As afirmações a seguir, publicadas em resposta a Rafael Calabria, do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), são uma pesada “alucinação”. Em meio aos editoriais canalhas do Estadão e da Folha de S.Paulo, a desinformação corre solta. “ Quando a linha esmeralda era operada pelo estado servia apenas algumas estações, tinha dois trens, o povo esperava até 90 minutos. E tinha mais problemas que agora. Para ir de Osasco até Grajaú, às vezes valia mais a pena ir de metrô até o Jabaquara e pegar um ônibus.

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Linha 9 foi palco de extremismo político e violência contra a mulher

Em mais um trágico episódio envolvendo as linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) concedidas à ViaMobilidade, empresa ligada aos grupos Ruas e CCR, uma passageira foi covardemente agredida. A agressão ocorreu num trem da Linha 9-Esmeralda (Osasco-Mendes·Vila Natal). O motivo? Extremamente fútil: Renata Lima, 36, solicitou educadamente a um homem para diminuir o volume do conteúdo que reproduzia em seu celular. Nada mais, porém, o homem reproduzia conteúdo da extrema-direita brasileira, enaltecendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e reagiu violentamente ao pedido.

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Sucateamento da CPTM pode potencializar relações tóxicas com o território

Trevas no horizonte E se Tarcísio de Freitas (Rep), atual governador do estado de São Paulo, conseguir avançar com o rolo compressor? E se todas as linhas do METRÔ (Companhia do Metropolitano de São Paulo) e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) forem privatizadas? E se a privatização selar um nível de serviço degradado para toda a malha, similar aquele das linhas 8-Diamante (Júlio Prestes-Itapevi-Amador Bueno) e 9-Esmeralda (Osasco-Mendes·Vila Natal)?

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Renegociação de contratos não pode ser única alternativa para concessões fracassadas

Em 20 de agosto, a Folha de S.Paulo opinou que, em relação aos problemas com a concessão de quase mil km de rodovia, no âmbito da BR-040 (Juiz de Fora, MG-Brasília, DF), “a escassez de interessados” deixava “pouca alternativa além da renegociação dos contratos com os prestadores existentes”. Para fins de rápida contextualização, o contrato com Invepar — mesmo grupo que controla, não sem requintes de incompetência, o MetrôRio e o GRU Airport, concessionárias do Metropolitano do Rio de Janeiro e do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, respectivamente — terminou em agosto, conforme reportagem da TV Integração, publicada pelo G1 Zona da Mata um dia antes da Folha nos brindar com mais uma brilhante opinião.

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Para reduzir trapalhadas com trens regionais, governo deveria adotar múltiplas tipologias

Contextualização Recentemente, duas notícias preocupantes foram publicadas pelo site Metrô CPTM: a primeira delas, voltada para o futuro TIC (Trem Intercidades) para Campinas, aponta que o governo deve descartar a necessidade de construção de pátios de manutenção pela iniciativa privada, aumentando a pressão sobre os pátios da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos); já a segunda notícia aponta uma curiosa mudança de planos, na qual o TIC para São José dos Campos seguiria pelo leito da Linha 11-Coral (Luz-Estudantes), a mais movimentada da CPTM, até desenvolver um traçado segregado em Mogi das Cruzes, supostamente utilizando a Variante do Parateí para chegar até a Estação São José dos Campos.

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Marginalização da CPTM é combustível para privatização

É importante que a população compreenda que a privatização das linhas 8-Diamante (Júlio Prestes-Itapevi-Amador Bueno) e 9-Esmeralda (Osasco-Mendes·Vila Natal) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) é resultado de uma marginalização duradoura, que não se limita às classes mais baixas, mas também afeta um imenso contingente de classe média. Há anos, a impressão é de que poucos deram ouvidos aos alertas sobre a Linha 4-Amarela (Luz-Vila Sônia), feitos por nós e outras pessoas e organizações.

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Utilizar greve como pretexto para defender privatização é burrice

Com a unificação da luta contra a privatização das estatais Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Metrô (Companhia do Metropolitano de São Paulo) e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), há a expectativa de greve conjunta em 3 de outubro, na próxima terça-feira. Nos muitos esgotos cibernéticos que insistimos em rotular como “redes sociais”, diferentes internautas defendem que a greve é um excelente pretexto para defender a privatização das empresas, sobretudo do Metrô e da CPTM.

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Por uma agenda para a Região Metropolitana de São Paulo

Olhar limitado Embora a disputa da prefeitura de São Paulo acabe dominando o noticiário, muitos dos problemas e agonias ligados à capital paulista também são compartilhados pelos municípios da região metropolitana. O debate ligado ao ordenamento urbanístico paulistano, ou seja, à revisão do Plano Diretor Estratégico e ao zoneamento (oficialmente denominado “Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo”), sugere que boa parte do território nem chega a ser debatido, ou, como Raul Juste Lores alfinetou em vídeo recente, citando as favelas de Paraisópolis e Heliópolis, não chega a “virar assunto”.

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Em São Paulo, o campo progressista ainda não despertou para a emergência climática. Entenda

Contextualização Recentemente, veiculamos em nossas mídias (Telegram, Mastodon e Facebook) um artigo do portal ((o))eco sobre emergência climática e, francamente, é doloroso compartilhar qualquer material a respeito. Se, de fato, estamos cruzando a linha e impondo danos irreversíveis ao planeta, pelo visto, o recado ainda não chegou na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). A ideia de emergência climática, mesmo que respeitada e propagada pelo campo progressista, não está devidamente conectada com as ações enérgicas necessárias para frear a catástrofe produzida pelo egoísmo e ignorância do ser humano.

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COMMU identifica outro mega-empreendimento pouco discutido

Prólogo Enquanto reacionários encabeçados, principalmente, por urbanistas de esquerda e associações bairristas de direita, brigam para preservar a paisagem de baixa densidade do Centro Expandido da capital paulista, atuando como uma linha auxiliar à direita do prefeito Ricardo Nunes (MDB), grandes empreendimentos continuam surgindo nas franjas metropolitanas. Depois de Mogi das Cruzes, a bola da vez parece estar em Santana de Parnaíba, município do oeste metropolitano que se notabiliza pela condominialização impulsionada direta ou indiretamente pela “grife” Alphaville.

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Reflexões sobre cobrança de pedágio na Mogi-Dutra

O Diário de Mogi tem encampado a luta (de classe média e alta, aparentemente) contra o pedágio na rodovia Mogi-Dutra. Nada de errado em questionar, ainda que veladamente, o pequeno estelionato eleitoral de Tarcísio de Freitas (Republicanos) que havia prometido interromper o processo iniciado no governo de Rodrigo Garcia (PSDB), bem como o produto direto da privatização a partir de uma concessão, que é a construção de uma ou mais linhas de receita.

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Os tristes exemplos de uma esquerda urbanisticamente reacionária

Introdução Há cerca de três anos, temos discutido como os rumos da revisão do Plano Diretor Estratégico de São Paulo, sancionado hoje com alguns vetos pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), não eram adequados. Nosso descontentamento com a oposição não se limitou aos artigos publicados no site do Coletivo, invadindo periodicamente dimensões da vida pessoal. Neste artigo, trazemos um compilado de objeções em relação à revisão e argumentos chamando a atenção para problemas narrativos, discursivos ou argumentativos, para tanto, pedimos ao ChatGPT para parafrasear uma série de publicações no Twitter, em seguida, adaptamos respostas e comentários feitos por diferentes pessoas do COMMU.

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Estamos no Telegram e Mastodon agora!

Aproveitando os tropeços na administração do Twitter, somado ao drama de baixo alcance que já enfrentamos há anos, gostaríamos de anunciar que tomamos a decisão de tentar disseminar conteúdo sobre mobilidade na RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) em duas redes alternativas. A primeira delas, apesar de problemática pela ausência de colaboração com o governo brasileiro, já apresenta alguma capilaridade adquirida. Trata-se do Telegram, um mensageiro multiplataforma, que já utilizamos com sucesso para as discussões internas do Coletivo.

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Menos Centro Expandido, mais periferia expandida

Discutir legislações áridas e complexas, como são aquelas que regulam a vida e a circulação de pessoas e mercadorias nas cidades, é um desafio considerável, que demanda tempo e paciência. No caso das recentes discussões sobre a revisão do PDE (Plano Diretor Estratégico) da capital paulista, mais do que artigos e alíneas, salta aos olhos o foco excessivo nas paisagens que se consolidaram no perímetro conhecido como Centro Expandido, ou seja, no interior das vias que compõem o chamado mini-anel viário e nas quais incide o rodízio de veículos.

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Sonho molhado da casa com quintal não combina com Centro Expandido

Quando convido urbanistas da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP) a deixarem São Paulo, não estou expulsando ninguém, até porque, nem eu, nem qualquer pessoa deste Coletivo, tem o poder e o desejo de expulsar intelectuais. Trata-se de uma provocação. Talvez explícita, talvez deselegante, mas, ainda assim, uma provocação. Esse texto é um exemplo do que eu disse, fica importando soluções dos EUA e achando que é vanguarda do conhecimento técnico.

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Moradia e infraestrutura não podem virar pretexto contra verticalização

A necessidade de moradia popular é inegável, no entanto, não é possível acreditar que o discurso contrário à verticalização, que transformou intelectuais progressistas em aliados de associações reacionárias de bairro, virtualmente criando uma linha auxiliar à direita de Ricardo Nunes (MDB), possui em seu bojo a exclusão porque encampa uma noção favorável à moradia popular. Intelectuais incorporam discurso contra verticalização e prejudicam debate “Todo mundo quer poder morar numa casa, ou num bairro que tenha uma verticalização não tão grande”, assim começa a fala de Paula Santoro, uma das representantes da intelectualidade da Universidade de São Paulo (USP).

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Intelectuais incorporam discurso contra verticalização e prejudicam debate

“Todo mundo quer poder morar numa casa, ou num bairro que tenha uma verticalização não tão grande”, assim começa a fala de Paula Santoro, uma das representantes da intelectualidade da Universidade de São Paulo (USP). A construção de prédios em vez de casas vai desconfigurar bairros, destruir quadras e, por consequência, modos de vida. O alerta é da coordenadora do LabCidade, @paulafsantoro. Em entrevista na @CBNoficial , Paula detalhou os efeitos nefastos do PL da revisão do Plano Diretor.

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Discutir cidades é discutir consumo, mesmo que não pareça

Cada vez mais, estou convencido de que o cerne das péssimas discussões urbanísticas está no consumo. Uma parcela do campo progressista parece viver uma síndrome de impostor quando se trata das trocas que realiza em um ou mais mercados. O consumo se entrelaça com uma série de padrões demográficos, dando indícios sobre renda, deslocamentos, nível educacional, entre outros aspectos. É a partir do consumo que sedimentamos nossa relação com a cidade.

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