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Reflexões sobre cobrança de pedágio na Mogi-Dutra

O Diário de Mogi tem encampado a luta (de classe média e alta, aparentemente) contra o pedágio na rodovia Mogi-Dutra. Nada de errado em questionar, ainda que veladamente, o pequeno estelionato eleitoral de Tarcísio de Freitas (Republicanos) que havia prometido interromper o processo iniciado no governo de Rodrigo Garcia (PSDB), bem como o produto direto da privatização a partir de uma concessão, que é a construção de uma ou mais linhas de receita.

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Tarifa zero não é bala de prata, mas pode valer a pena

Em seu artigo intitulado “A Tarifa Zero não vale a pena”, Anthony Ling apresenta uma série de argumentos (alguns deles acompanhados de referências relevantes) para sustentar, em suma, que: Tarifa zero custa muito caro e exerce uma pressão orçamentária relevante sobre outros serviços essenciais; Tarifa zero empobrece tanto sistemas de incentivos aos operadores existentes, quanto a percepção de qualidade da população usuária, que se torna mais leniente; Tarifa zero desestrutura mecanismos de equilíbrio entre oferta e demanda; Casos nacionais relevantes dependem de recursos como royalties de atividades de extração de recursos não renováveis, tais como minério e petróleo; O caráter universal da tarifa zero pode acarretar subsídios regressivos; A tarifa zero pode não resultar em migração modal do transporte individual motorizado para o transporte público coletivo; A tarifa zero pode reduzir a participação das viagens a pé e de bicicleta, resultando em migração modal do transporte ativo para o transporte público coletivo.

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A tarifa zero para os ônibus de São Paulo seria uma política correta? SIM E NÃO

Contextualização O assunto não recebeu o consenso adequado dentro do COMMU, mas eu gostaria de criticar especialmente a postura do campo progressista e agradeço pelo apoio que recebi de alguns membros, como Tiago de Thuin e o Diego Vieira, além de pessoas que não estão conectadas diretamente ao COMMU, como o Guilherme, responsável pelo São Paulo YIMBY. É importante deixar claro, como principal financiador e contribuidor deste site, que o espaço está aberto para o debate.

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Santo André divulga ações do Plano de Mobilidade. COMMU acompanhou

Introdução Em 17/08/2022, sem muito alarde, foi realizada mais uma audiência do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável do município de Santo André. Marcos Bicalho, consultor da Oficina Consultores, empresa responsável pelos trabalhos, realizou a apresentação das ações propostas no âmbito do Plano. Os membros Diego Vieira (Mobilidade Santo André) e Caio César (um dos principais idealizadores do COMMU) participaram da audiência pública do Plano. Santo André é uma das principais economias da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) e do conjunto de municípios conhecido por nomes como ABC Paulista ou Grande ABC, embora oficialmente corresponda à Sub-região Sudeste da RMSP.

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Em mais um dia de greve de ônibus, CET repete receituário ultrapassado

Em mais uma greve dos ônibus dos operadores privados do sistema estrutural da SPTrans (São Paulo Transporte), a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) repete receituário ultrapassado e privilegia o automóvel, liberando faixas exclusivas e corredores de ônibus para que sejam invadidos por automóveis, caminhões e motocicletas. É sintomático que a CET continue prejudicando a infraestrutura de priorização do transporte público sobre pneus, negando, por exemplo, que a despeito da paralisação das linhas do sistema estrutural, permanecem circulando as chamadas “lotações”, geralmente ônibus de menor porte que fazem parte do sistema local, responsável por atendimentos entre bairros, incluindo linhas alimentadoras para terminais de ônibus urbanos da SPTrans e estações do sistema de metroferroviário.

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Alta dos combustíveis e a falta de consciência

É lamentável que a experiência adquirida com a implantação e operação de ônibus elétricos convencionais, por exemplo, não tenha nenhum papel relevante para ensejar propostas nas campanhas. O surgimento do Corredor Metropolitano ABD, que atende aos municípios de Diadema, São Bernardo do Campo, Santo André e São Paulo, é fruto de uma série de esforços envidados a partir da década de 1970, marcada pelos choques que ficaram conhecidos como crises do petróleo e, mesmo assim, parece não servir de exemplo, tanto com relação aos acertos, quanto com relação aos equívocos.

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O seccionamento de linhas como a 574J-10 está atrasado e precisa ser defendido

O município de São Paulo possui um dos maiores sistemas de ônibus do continente americano, no entanto, a promessa de uma reforma, dando continuidade ao choque de racionalização ocorrido durante a gestão da Marta Suplicy, então no Partido dos Trabalhadores (PT), jamais foi cumprida. Legenda: As duas tipologias de sistemas de ônibus comumemente adotadas (Guia TPC, p. 17) Seja pela ligação afetiva de alguns operadores com linhas com as quais sentem terem contribuído por um ou mais motivos, seja pelo populismo de políticos eleitos, seja pela ausência de infraestrutura ou resistência para melhor utilização da infraestrutura existente, São Paulo tem patinado na construção de uma rede de ônibus, que substitua o atual sistema, caótico, incoerente e com sérios problemas de velocidade média, oferta de lugares e articulação local e regional.

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A quem interessa o desmonte da rede noturna?

Introdução Em 2015 a prefeitura de São Paulo anunciou a criação de uma rede de ônibus noturna que contemplaria praticamente toda a cidade, em substituição às linhas isoladas que existiam até então. A medida foi um grande avanço para o transporte público da capital, que possui uma vida noturna agitada mas que até aquele momento carecia de um transporte bem articulado durante as madrugadas. O atendimento dava-se por algumas linhas isoladas e pouco articuladas, como a famigerada 3310-10 (Terminal Amaral Gurgel-Terminal Cidade Tiradentes), apelidada de “Rainha da Noite” e conhecida por ser a maior linha da cidade.

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COMMU participa de audiência sobre a mobilidade de Santo André

Os membros Diego Vieira (Mobilidade Santo André) e Caio César (um dos principais idealizadores do COMMU) participaram de uma audiência pública do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável do município de Santo André, uma das principais economias da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) e do conjunto de municípios conhecido por nomes como ABC Paulista ou Grande ABC, embora oficialmente corresponda à Sub-região Sudeste da RMSP. Iniciado às 19 horas de segunda-feira, 13, e durando aproximadamente 2 horas, o evento contou com uma apresentação do diagnóstico de mobilidade realizado pela empresa Oficina Consultores, contratada pela municipalidade para a elaboração do plano de mobilidade.

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Choradeira envolvendo cancelamentos de viagens em apps como Uber e 99 retrata uma classe média que não se importa com ônibus e trens

Se considerarmos como classe média as famílias com renda mensal per capita, ou seja, por pessoa, numa faixa que se inicia em R$ 667,87 e termina em R$ 3.755,76, a exemplo do que fez o Instituto Locomotiva no primeiro semestre, talvez não seja um exagero levantar a hipótese de que, pelo menos os extratos mais altos dessa faixa, com renda superior a 1 ou 2 salários-mínimos, abrigam parte relevante da clientela de serviços de ride-hailing, como Uber e 99.

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Baldy sobre cancelamento da Linha 18: ¨nunca houve e não há troca ou substituição de projeto¨

Quase uma semana após reportagem do Estadão tratando de um possível imbróglio judicial, o secretário Alexandre Baldy (Progressistas), utilizou o Twitter e publicou a declaração em resposta ao perfil São Paulo YIMBY. Nunca houve e não há troca ou substituição de projeto. Muito obrigado https://t.co/AHd6MnkWFw — @alexandrebaldy (@alexandrebaldy) July 10, 2021 Legenda: Retuíte comentado do secretário Alexandre Baldy Então, fica o nosso questionamento, que se soma às várias perguntas do site Metrô CPTM, também não respondidas por Baldy ou outro representante da pasta de transportes metropolitanos do governo paulista: se o cancelamento da Linha 18-Bronze (Tamanduateí-Djalma Dutra), a despeito da existência de um certame com vencedor já determinado há anos, balizado por um projeto que, inclusive, foi em parte custeado pelo erário são-bernardense, de forma a favorecer um projeto privado de BRT (Bus Rapid Transit ou transporte de massa por ônibus, em tradução livre para o português brasileiro), proposto pela única concessionária existente em toda Área 5, que tem operado e mantido o Corredor Metropolitano ABD (São Mateus-Jabaquara) desde 1997, não implica troca ou substituição de projeto, do que se trata, afinal?

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Espera por ônibus pode ultrapassar uma hora em Mogi das Cruzes

Contextualização Hoje, domingo, 27, uma reclamação foi publicada no grupo “Bem Vindo a Mogi das Cruzes - Uma cidade monitorada por pessoas” — um dos poucos grupos do Facebook sobre uma cidade da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) que não está inundado com propagandas indesejáveis ou que não se tornou um covil reacionário —, tratando da Linha C403 (circular Terminal Central-Jardim Camila) do SIM (Sistema Integrado Mogiano). De acordo com o relato, após a partida das 9h50 no Terminal Central, o próximo horário seria o das 11h15, ou seja, a passageira foi informada de que precisaria amargar 1 hora e 25 minutos mofando na plataforma, pelo menos.

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Ônibus não são trens: aprenda um cálculo simples de capacidade por hora por sentido

Recentemente, o think tank ITDP (Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento) publicou um material sobre a transformação de vias expressas. A princípio, o material parecia ser interessante, até que um olhar atento para a ilustração revelou um BRT (Bus Rapid Transit, ou transporte de massa por ônibus, em tradução livre para o português brasileiro) com dimensionamento extremamente otimista: 15 mil lugares por hora por sentido num BRT de duas faixas ou absurdos 45 mil lugares por hora por sentido num BRT com duas faixas por sentido.

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Um novo olhar para o transporte rodoviário regional

A mobilidade regional entre as metrópoles e aglomerações urbanas paulistas, pelo menos nas últimas décadas, tem se dado por meio de rodovias, geralmente concedidas e dotadas de múltiplas praças de pedágio. Tais rodovias, quando comparadas com as ligações sobre trilhos existentes, geralmente voltadas para o transporte urbano ou apenas para o transporte de cargas, são mais modernas e apresentam traçado menos sinuoso, conferindo aos seus utilizadores tempos de viagem bastante competitivos fora dos horários de pico.

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Mobilidade regional: mídia especializada não pode se limitar a entregar recados

Nos últimos dias, temos assistido a um verdadeiro tiroteio silencioso na arena da comunicação, no qual dois players tentam vencer, pelo disparo recorrente de releases de imprensa, a opinião pública e a disputa por espaço em blogues, jornais e outros veículos. De um lado, uma plataforma tecnológica e empresas de fretamento, do outro, o Estado e empresas tradicionais do transporte rodoviário de passageiros. Houve até uma manifestação envolvendo os primeiros, ocorrida na última quarta-feira, 28, com a circulação de ônibus rodoviários em importantes avenidas da capital.

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COMMU participa de conversa com candidatura de Piracicaba

Introdução O COMMU recorrentemente comenta, propõe e cobra melhorias nas políticas públicas voltadas à mobilidade na RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) e ocasionalmente na MMP (Macrometrópole Paulista). Temos um posicionamento que é facilmente identificado como de esquerda e progressista. Com isso em mente, embora não façamos apoio a nenhum partido em particular, não é possível ser apolítico e se isolar das instituições responsáveis por propor, executar e fiscalizar políticas públicas.

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Primeira cidade da RMSP com tarifa zero é tema de palestra na AEAMESP

Série especial Organizada para ocorrer entre os dias 01/09/2020 e 04/09/2020, a vigésima sexta edição da Semana de Tecnologia Metroferroviária, organizada pela AEAMESP (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô) em formato gratuito e virtual, revela importantes trabalhos ligados ao transporte de média e alta capacidade, produzidos por diferentes atores. O COMMU mais uma vez compartilha impressões do evento por meio de uma série especial. Clique aqui para conferir todos os artigos da série já publicados até o momento.

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Folha de S.Paulo acerta em podcast e proporciona reflexões indispensáveis sobre transporte público

Contextualização Além do reforço positivo com relação à defesa de pedágio urbano e da priorização da circulação dos ônibus no sistema viário, gostaríamos de destacar uma edição recente do podcast Café da Manhã da Folha de São Paulo, que abordou o transporte público no pós-pandemia. O podcast, que logo de início se destaca por construir uma atmosfera semelhante àquela encontrada num ônibus lotado, foi permeado por reflexões e informações trazidas pelos repórteres Artur Rodrigues e Thiago Amâncio.

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Concessão para reconstrução e exploração comercial do Terminal Central de Mauá é publicada

Após notícias referentes à reforma e construção dos terminais do Itapark, Itapeva e Zaíra, na cidade de Mauá, no ABC Paulista, foi publicado na última quinta-feira (16) no Diário Oficial do Município a concorrência pública número 003/2020. A publicação consiste na “concessão de uso parcial de espaço público para exploração comercial, mediante a realização de obras de reestruturação e modernização do terminal rodoviário do município de Mauá, respectivo passeio público e entorno”.

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Folha de S.Paulo acerta ao publicar editorial que defende pedágio urbano e corredores de ônibus

O jornal Folha de S.Paulo publicou recentemente um editoral intitulado “O que a Folha pensa: transporte em crise”, no qual admite que o aumento recorrente de tarifas transfere o ônus dos operadores para a parcela mais necessitada da população: Para o longo prazo, a saída passa, antes, por uma pisada no freio dos incentivos ao transporte individual. Isso poderia começar, por exemplo, com introdução do pedágio urbano e ampliação decidida de corredores exclusivos.

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