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A tarifa zero para os ônibus de São Paulo seria uma política correta? SIM E NÃO

Contextualização O assunto não recebeu o consenso adequado dentro do COMMU, mas eu gostaria de criticar especialmente a postura do campo progressista e agradeço pelo apoio que recebi de alguns membros, como Tiago de Thuin e o Diego Vieira, além de pessoas que não estão conectadas diretamente ao COMMU, como o Guilherme, responsável pelo São Paulo YIMBY. É importante deixar claro, como principal financiador e contribuidor deste site, que o espaço está aberto para o debate.

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Em mais um dia de greve de ônibus, CET repete receituário ultrapassado

Em mais uma greve dos ônibus dos operadores privados do sistema estrutural da SPTrans (São Paulo Transporte), a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) repete receituário ultrapassado e privilegia o automóvel, liberando faixas exclusivas e corredores de ônibus para que sejam invadidos por automóveis, caminhões e motocicletas. É sintomático que a CET continue prejudicando a infraestrutura de priorização do transporte público sobre pneus, negando, por exemplo, que a despeito da paralisação das linhas do sistema estrutural, permanecem circulando as chamadas “lotações”, geralmente ônibus de menor porte que fazem parte do sistema local, responsável por atendimentos entre bairros, incluindo linhas alimentadoras para terminais de ônibus urbanos da SPTrans e estações do sistema de metroferroviário.

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O seccionamento de linhas como a 574J-10 está atrasado e precisa ser defendido

O município de São Paulo possui um dos maiores sistemas de ônibus do continente americano, no entanto, a promessa de uma reforma, dando continuidade ao choque de racionalização ocorrido durante a gestão da Marta Suplicy, então no Partido dos Trabalhadores (PT), jamais foi cumprida. Legenda: As duas tipologias de sistemas de ônibus comumemente adotadas (Guia TPC, p. 17) Seja pela ligação afetiva de alguns operadores com linhas com as quais sentem terem contribuído por um ou mais motivos, seja pelo populismo de políticos eleitos, seja pela ausência de infraestrutura ou resistência para melhor utilização da infraestrutura existente, São Paulo tem patinado na construção de uma rede de ônibus, que substitua o atual sistema, caótico, incoerente e com sérios problemas de velocidade média, oferta de lugares e articulação local e regional.

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A quem interessa o desmonte da rede noturna?

Introdução Em 2015 a prefeitura de São Paulo anunciou a criação de uma rede de ônibus noturna que contemplaria praticamente toda a cidade, em substituição às linhas isoladas que existiam até então. A medida foi um grande avanço para o transporte público da capital, que possui uma vida noturna agitada mas que até aquele momento carecia de um transporte bem articulado durante as madrugadas. O atendimento dava-se por algumas linhas isoladas e pouco articuladas, como a famigerada 3310-10 (Terminal Amaral Gurgel-Terminal Cidade Tiradentes), apelidada de “Rainha da Noite” e conhecida por ser a maior linha da cidade.

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Choradeira envolvendo cancelamentos de viagens em apps como Uber e 99 retrata uma classe média que não se importa com ônibus e trens

Se considerarmos como classe média as famílias com renda mensal per capita, ou seja, por pessoa, numa faixa que se inicia em R$ 667,87 e termina em R$ 3.755,76, a exemplo do que fez o Instituto Locomotiva no primeiro semestre, talvez não seja um exagero levantar a hipótese de que, pelo menos os extratos mais altos dessa faixa, com renda superior a 1 ou 2 salários-mínimos, abrigam parte relevante da clientela de serviços de ride-hailing, como Uber e 99.

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Projeto #Sufoco divulga seu primeiro boletim

De acordo com boletim divulgado na última segunda-feira, 21, pela Rede Mobilidade Periferias, 63% das pessoas participantes relataram que o transporte público estava lotado, com pessoas em pé e aglomeradas. Os alertas de lotação predominaram nos ônibus (57%), seguidos dos trens da CPTM (27%) e dos trens do METRÔ (16%). Trata-se do primeiro boletim divulgado desde que o mapeamento foi iniciado na primeira semana de novembro. O boletim esclarece ainda que as linhas com mais denúncias não são, necessariamente, as mais lotadas, apenas que tiveram maior recorrência por meio da participação da população no projeto.

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PL que ameaça EMTU e CDHU provoca reações: dois abaixo-assinados e um ato-live marcado para 21/08. Mobilize-se!

Para além do artigo discutindo parte da problemática constitucional que envolve a existência de empresas como Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano, em liquidação por força da Lei 17.056/2019) e EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo), estamos divulgando algumas ações que consideramos oportunas para a luta contra o Projeto de Lei 529/20, de autoria do Executivo paulista, sob o comando do atual governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB).

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Extinção da EMTU vem a reboque da Emplasa e aprofunda efeitos do municipalismo

Introdução No último quadrimestre letivo da UFABC (Universidade Federal do ABC), tive a oportunidade de produzir um ensaio ligado à governança metropolitana, como parte de uma disciplina que aborda modelos de governança e participação social. A metropolização da capital paulista e os municípios do entorno, culminando posteriormente na criação da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo), no ano de 1974, ainda durante a ditadura, bem como os desafios de sua governança em meio às transformações socioeconômicas e políticas de um Brasil redemocratizado, são temas que recorrentemente surgem nas discussões entre os membros mais ativos do COMMU em nosso grupo no Telegram.

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Dicotomia entre metrô pesado e ônibus de baixo padrão prejudica São Paulo e região metropolitana

Introdução A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), cujo gigantismo pode ser facilmente exaltado pelas cifras de seu PIB (Produto Interno Bruto) ou pelo seu impressionante contingente demográfico, também impõe sérios desafios à mobilidade de pessoas e mercadorias. As dificuldades de deslocamento não estão apenas materializadas na realidade fática e cotidiana da população metropolitana, mas também nas disputas, estas menos visíveis, que ocorrem nos bastidores. Nos últimos anos, existem algumas narrativas em disputa, que podem colocar em xeque o futuro da expansão da rede de alta e média capacidade sobre trilhos da RMSP, potencialmente selando o destino de centenas de milhares de pessoas.

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Vereador paulistano superestima inteligência de ônibus sob demanda

O vereador Police Neto patrocinou recentemente uma publicação no Facebook, divulgando um artigo em seu site, intitulado “Ônibus por Demanda é resposta inteligente para transporte seguro em tempos de Covid-19”. Se por um lado, é positivo saber que há um vereador que olha para determinadas tecnologias (um dos membros do Coletivo inclusive já participou de uma hackatona promovida pelo vereador, ficando em segundo lugar) e valoriza soluções disruptivas, por outro lado, não é tão positivo assim a repetição de alguns chavões e lugares-comuns, como a ideia de São Bernardo do Campo tem um sistema de ônibus sob demanda, quando não tem, ou então que algoritmos e inteligência artificial, que não foram apresentados publicamente, podem fazer maravilhas.

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Vale-transporte em São Paulo sob ataque

As recentes alterações na política tarifária da capital paulista soam como verdadeiros ataques a uma classe trabalhadora cada vez mais precarizada. Bruno Covas e sua trupe anunciaram um decreto que contempla uma mudança no regime de integração do vale-transporte: 3 horas para embarcar em até dois ônibus, enquanto os outros bilhetes continuam permitindo o uso de até quatro ônibus durante 2 horas. Opto aqui por me abster de comentar as perfumarias para obtenção de receita tarifária que também foram incluídas no decreto, como a possibilidade de inclusão de publicidade nos cartões.

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Sobre assentos preferenciais, individualismo e falta de empatia

Transformar todos os assentos dos ônibus da SPTrans em preferenciais, eis o projeto de lei do vereador Ricardo Teixeira (PROS) que foi apresentado perante o Legislativo paulistano. O que chamou a atenção, no entanto, não foi a proposta. Os comentários negativos não foram poucos, alguns em tom de chacota ou depreciando a velhice alheia. Mesmo se nos restringirmos ao tipo de manifestação que foi feita na nossa fanpage, teve de tudo: compartilhamento com sarcasmo, usando a frase “pau no c* de quem trabalha”; gente dizendo que é melhor ter ônibus separado para os idosos, “eles que esperem o deles”; além do ceticismo impessoal: “se todos os assentos forem preferenciais, então mais nenhum é”, “todos vão fingir que estão dormindo”, “era pra ser assim sempre, mas não dá certo, vai sair briga”.

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Estadão defende reajuste e opta por escamotear discussão envolvendo fontes de financiamento

Prólogo Em um editorial pouco surpreendente, o jornal O Estado de S. Paulo defendeu a postura do prefeito Bruno Covas, argumentando que o aumento da tarifa é uma decisão que “corresponde aos interesses dos paulistanos” e que houve “sensatez e realismo”. Para nossa infelicidade, o editorial não passa de uma sucessão de erros que reproduzem uma opinião rasa e pouco comprometida com o bem-estar dos passageiros e passageiras do transporte público.

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Dividir a 574J-10 em duas linhas? É pra ontem, SPTrans!

Introdução A proposta deste artigo é discutir um pouco sobre a Linha 574J-10 (Terminal Vila Carrão-Metrô Conceição), operada pela empresa Via Sul Transportes Urbanos Ltda., apontando que a ideia de seccioná-la parece ser razoável. Trata-se de uma linha de ônibus que existe pelo menos desde a década de 1980, tendo sobrevivido a uma série de mudanças institucionais e também do próprio tecido urbano. A Via Sul e o Grupo Ruas não possuem sites na Internet.

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5 sinais de que o paulistano ainda não atingiu a maturidade

Abaixo estão elencadas cinco situações comuns, todas acompanhadas de alguns comentários e esclarecimentos. Em alguns casos, foram incluídas fotografias também. 1. Defender bairros residenciais de baixa densidade ao lado de importantes centralidades Aqui temos um dos maiores reflexos de um processo de urbanização fragmentado e conduzido pelo mercado, que quando não estava desregulado o suficiente, buscava capturar o poder público para garantir a predominância de suas práticas, supostamente as melhores práticas.

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Concessão dos terminais de ônibus do Metrô: cadê a participação social?

O terreno está pronto Originalmente se falou em 17 terminais, conforme nós do COMMU adiantamos em artigo publicado em 21/09/2016, mas parece que o número final já está fechado: 15, a maioria deles na Linha 3-Vermelha (Itaquera-Barra Funda). São Paulo terá 15 terminais de ônibus integrados a estações do...São Paulo terá 15 terminais de ônibus integrados a estações do Metrô concedidos à iniciativa privada. Veja quais serão ▶ Publicado por Governo do Estado de São Paulo em Sexta-feira, 25 de agosto de 2017 Ana Carolina Nunes, conselheira do CMTT pela mobilidade a pé em São Paulo (veja mais sobre a câmara temática aqui), dispara uma série de questionamentos que, dada a postura habitual do governo estadual, infelizmente ficarão sem respostas:

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Carta aberta: licitação dos ônibus em São Paulo

Na última quarta-feira (28/06) aconteceram as mais recentes audiências públicas regionais sobre a licitação do transporte sobre ônibus da cidade de São Paulo e assim como no dia 01/06, eu estive presente para participar e colaborar com o processo na audiência realizada na subprefeitura de Itaim Paulista. Os trabalhos começaram com a definição das regras de como seria feito o processo, assim, seriam quinze minutos de apresentação das diretrizes do projeto pelos técnicos da SPTrans, seguido por falas de três minutos por pessoas previamente inscritas e respondidas de pronto pela equipe técnica e, para finalizar, leitura e resposta às perguntas escritas.

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Reclame menos e colabore mais

Durante os últimos meses tem sido particularmente difícil produzir conteúdo para o COMMU, na realidade, nunca foi fácil, mas algumas reações de leitores e seguidores suscitam um verdadeiro sentimento de revolta, daí o título “Reclame menos e colabore mais”. Desde que começamos a “brincadeira” de escrever com profundidade, fugindo de um olhar distante e descompromissado (que, por sinal, é típico da imprensa tradicional), recebemos pouca ou nenhuma contribuição. Um elogio aqui e outro acolá, sim, recebemos, mas não é comum receber mensagens oferecendo ajuda ou de pessoas interessadas em participar com maior proximidade.

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Bate-papo com a SPTrans no Maio Amarelo

Introdução Centro de São Paulo, manhã de sábado, garoa e céu nublado, assim era a atmosfera da região que abriga o MobLab da SPTrans, local escolhido para sediar o primeiro encontro da estatal após as últimas eleições para a prefeitura da capital paulista. Confira o vídeo da transmissão na página da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes. Dentro do espaço, porém, o clima era outro: pelo menos uma dúzia de pessoas aguardava pelo início do evento.

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Clarinete ou saxofone? — A vitória do supérfluo

Introdução Não, não tem problema reclamar ou elogiar a maneira como uma concessionária decide se comunicar, a questão a ser levantada é outra: numa linha que tem apenas seis estações funcionando e não tem nem 15 km de extensão, é de se imaginar que uma boa parcela dos usuários não residam nos arredores de estações como Fradique Coutinho ou Butantã, é de imaginar que uma boa parte dos passageiros tenham saído da periferia da capital ou então de outros municípios da Região Metropolitana, utilizando pra isso outro meio de transporte, como a Linha 7-Rubi (Luz-Francisco Morato-Jundiaí) da CPTM até a Estação Luz ou então a Linha 3-Vermelha (Itaquera-Barra Funda) da Companhia do Metropolitano até a Estação República.

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