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Terminal Vila Carrão × greve no Metrô: alternativas

Introdução Com o gigantismo de São Paulo e um jornalismo cada vez mais precarizado, não raramente, fiquei com a percepção de que a cobertura da imprensa deixou a desejar durante as greves em diferentes linhas do sistema metroferroviário. Neste artigo, gostaria de compartilhar algumas estratégias para a região que eu estou chamando de “bacia do Terminal Vila Carrão”. Inserção do Terminal Vila Carrão Conforme o mapa a seguir, o referido terminal está localizado à Avenida Dezenove de Janeiro, 884, mais ou menos no meio dos troncos viários que articulam tanto as antigas cercanias da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB) em direção ao leito da ferrovia, notadamente na porção paralela e adjacente à Radial Leste, quanto os novos vetores de expansão ao longo do rio Aricanduva.

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Após 40 anos, Zona Leste receberá empreendimento de uso misto à altura de suas linhas de metrô

Longe dos olhares de reprovação dos reacionários urbanísticos dos “três pês do apocalipse” (Pinheiros, Pacaembu e Perdizes), a Porte Engenharia e Urbanismo anunciou seu mais novo empreendimento imobiliário, batizado de Urman São Paulo e posicionado entre o Sesc Belenzinho e a Estação Belém da Linha 3-Vermelha (Corinthians·Itaquera-Palmeiras·Barra Funda). De acordo com a Gazeta do Tatuapé, o lançamento ocorreu no último final de semana, durante os dias 18 e 19 de março.

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Preteridas pelos jornais, linhas do Trem Metropolitano brilharam em meio à greve

Encarar as ruas paulistanas durante uma greve da Companhia do Metropolitano (normalmente, grafada como Metrô) e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), para muitas pessoas, não temos dúvidas, é sinônimo de incerteza e aborrecimento. Ontem, 24 de março, diante da intransigência dos dirigentes do Metrô e do governador recém-eleito, Tarcísio de Freitas (Republicanos), São Paulo amanheceu sem a operação das linhas 1-Azul (Jabaquara-Tucuruvi), 2-Verde (Vila Prudente-Vila Madalena), 3-Vermelha (Corinthians·Itaquera-Palmeiras·Barra Funda) e 15-Prata (Vila Prudente-Jardim Colonial).

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Apenas gente estúpida defende privatização durante uma greve

A postura revela, além de ausência de consciência de classe e do ruído provocado por reacionários de fora do estado, uma imensa dose de estupidez, que ainda não sabemos ser fruto de maucaratismo ou ingenuidade. Considerando a arquitetura problemática da Câmara de Compensação, que tem sido questionada devido ao descolamento entre a “tarifa de balcão” (aquela que o passageiro efetivamente paga) e a “tarifa real”, aquela que a concessionária efetivamente recebe, sugando recursos das operadoras estatais, bem como os problemas acintosos da concessão das linhas 8-Diamante (Júlio Prestes-Itapevi-Amador Bueno) e 9-Esmeralda (Osasco-Mendes·Vila Natal), é lamentável a insistência de alguns em pautar a privatização de forma revanchista e desqualificada.

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Linhas 8 e 9: reportagem do Valor Econômico insiste na fábula da degradação

A reportagem, publicada em 16/02/2023, também revela possível reequilíbrio financeiro no contrato de concessão de linhas 8-Diamante (Júlio Prestes-Itapevi-Amador Bueno) e 9-Esmeralda (Osasco-Mendes·Vila Natal) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Ao Valor, Waldo Perez, presidente interino do grupo CCR, reforçou que as linhas foram entregues em más condições, denunciando a flagrante incompetência da iniciativa privada, que participou de vistorias e, supostamente, acumula inúmeras experiências em concessões rodoviárias e ferroviárias não apenas em São Paulo, mas em outros estados brasileiros.

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Balanço de atividades 2022

O ritmo de produção segue piorando O ano de 2022 foi lamentável. O número de membros no Telegram caiu de 33 para 31 e, entre estas pessoas, apenas 3 se envolveram na produção de conteúdo (ante 5 em 2020, mas com resultados parecidos em relação às 2 que se envolveram em 2021), entretanto, uma delas, mais uma vez, foi responsável por mais de 90% dos artigos produzidos. As discussões no Telegram continuam sendo protagonizadas por menos de 10 membros ativos — não seria exagero falar em apenas 5 membros ativos discutindo na maior parte do tempo.

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Com voos mais caros e ausência de trens, ônibus de luxo ganham mercado

Contextualização Em novembro, O Estado de S. Paulo publicou reportagem intitulada “Viagens de ônibus ganham luxos de 1ª classe, com sala vip, poltrona massageadora e TV; conheça”, que ao ser levada por mim para apreciação no grupo do COMMU no Telegram, resultou em uma discussão interessante, protagonizada principalmente por mim e pelo Tiago de Thuin. Inicialmente, percebi que as partidas da Levare em São Paulo parecem utilizar um artifício eufemisticamente chamado de “sala VIP”, de forma a contornar o verdadeiro ponto de partida das rotas: Guarulhos, segunda maior cidade da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo), cuja rodoviária tem ares desérticos, a despeito de possuir um terminal urbano integrado e um calçadão conectado à Linha 13-Jade (Eng.

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Tarifa zero não é bala de prata, mas pode valer a pena

Em seu artigo intitulado “A Tarifa Zero não vale a pena”, Anthony Ling apresenta uma série de argumentos (alguns deles acompanhados de referências relevantes) para sustentar, em suma, que: Tarifa zero custa muito caro e exerce uma pressão orçamentária relevante sobre outros serviços essenciais; Tarifa zero empobrece tanto sistemas de incentivos aos operadores existentes, quanto a percepção de qualidade da população usuária, que se torna mais leniente; Tarifa zero desestrutura mecanismos de equilíbrio entre oferta e demanda; Casos nacionais relevantes dependem de recursos como royalties de atividades de extração de recursos não renováveis, tais como minério e petróleo; O caráter universal da tarifa zero pode acarretar subsídios regressivos; A tarifa zero pode não resultar em migração modal do transporte individual motorizado para o transporte público coletivo; A tarifa zero pode reduzir a participação das viagens a pé e de bicicleta, resultando em migração modal do transporte ativo para o transporte público coletivo.

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A tarifa zero para os ônibus de São Paulo seria uma política correta? SIM E NÃO

Contextualização O assunto não recebeu o consenso adequado dentro do COMMU, mas eu gostaria de criticar especialmente a postura do campo progressista e agradeço pelo apoio que recebi de alguns membros, como Tiago de Thuin e o Diego Vieira, além de pessoas que não estão conectadas diretamente ao COMMU, como o Guilherme, responsável pelo São Paulo YIMBY. É importante deixar claro, como principal financiador e contribuidor deste site, que o espaço está aberto para o debate.

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Forasteiros são regra e não exceção

Primeiramente, não quero igualar as candidaturas de Fernando Haddad (PT) e Tarcísio Freitas (Republicanos), apenas chamar atenção para a situação, no mínimo irônica, dos contornos do atual pleito em relação às pautas que historicamente são abordadas pelo Coletivo. O COMMU já está há cerca de sete anos na estrada, ou melhor, nos trilhos. Por aqui, falamos muito sobre o sistema metroferroviário que atende as metrópoles de São Paulo e Jundiaí e, se algo ficou evidente depois de tanto tempo batendo cabeça, dentro e fora da Internet, é que muito pouca gente no campo progressista conhece o sistema.

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Direto ao ponto: revisão do plano diretor paulistano

Por meio do nosso membro Lucian, soube que a municipalidade realizará uma reunião em 14/10/2022 para discutir a revisão do PDE (Plano Diretor Estratégico). Obviamente, parece existir toda uma burocracia na divulgação e, por ser uma reunião extraordinária, não consegui encontrá-la no calendário de reuniões do CMTT (Conselho Municipal de Trânsito e Transporte), sendo assim, reproduzo abaixo o e-mail encaminhado: Aos Conselheiros, A Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito – SMT, convida para participar da Reunião Extraordinária do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte – CMTT.

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COMMU comenta programa de governo de Tarcísio Freitas

Este artigo representa outro de nossos esforços na observação das eleições como pessoas cidadãs e eleitoras, especialmente preocupadas com os rumos das regiões metropolitanas da Macrometrópole Paulista, sobretudo com a Região Metropolitana de São Paulo. Assim como já fizemos com o candidato Fernando Haddad (PT), desta vez, avaliamos o programa de governo do candidato Tarcísio Freitas (Republicanos). Para tanto, reproduzimos a parte do programa que acreditamos estar mais próxima das discussões e anseios que alimentamos, tecendo comentários quando julgamos adequado.

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COMMU comenta programa de governo de Fernando Haddad

Para as eleições de 2022, o Coletivo optou por não participar da Campanha de Mobilidade Sustentável nas Eleições, como tradicionalmente tem feito. Infelizmente, não temos os recursos humanos e materiais necessários, além disso, acreditamos que a ausência de um framework (arcabouço) de acompanhamento envolvendo diferentes entidades prejudica os sentimentos, os esforços e as intenções que são depositados nas cartas-compromisso. Enquanto não definimos os próximos passos em relação à carta-compromisso da campanha voltada à esfera estadual, continuamos nossa observação das eleições como pessoas cidadãs e eleitoras, especialmente preocupadas com os rumos das regiões metropolitanas da Macrometrópole Paulista, sobretudo com a Região Metropolitana de São Paulo.

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Santo André divulga ações do Plano de Mobilidade. COMMU acompanhou

Introdução Em 17/08/2022, sem muito alarde, foi realizada mais uma audiência do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável do município de Santo André. Marcos Bicalho, consultor da Oficina Consultores, empresa responsável pelos trabalhos, realizou a apresentação das ações propostas no âmbito do Plano. Os membros Diego Vieira (Mobilidade Santo André) e Caio César (um dos principais idealizadores do COMMU) participaram da audiência pública do Plano. Santo André é uma das principais economias da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) e do conjunto de municípios conhecido por nomes como ABC Paulista ou Grande ABC, embora oficialmente corresponda à Sub-região Sudeste da RMSP.

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Contra privatização da CPTM, comitê marca ato para segunda-feira, 22

O CLCP (Comitê de Luta Contra a Privatização da CPTM) voltou a convocar a classe trabalhadora, a juventude e os movimentos populares para que compareçam em novo ato pela revogação da concessão das linhas 8-Diamante (Júlio Prestes-Itapevi-Amador Bueno) e 9-Esmeralda (Osasco-Mendes·Vila Natal) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). O ato está previsto para ser realizado próxima segunda-feira, 22, às 18 horas, em frente ao Terminal Grajaú, conforme publicação no Facebook e no Instagram.

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COMMU questiona Alden sobre mega-empreendimento imobiliário

Contextualização Na primeira metade de julho, a imprensa do Alto Tietê publicou algumas reportagens relacionadas ao Plano Urbanístico da Reserva da Serra do Itapety. Apesar de serem sucintas e não abordarem o plano diretamente, as reportagens veiculadas nos ofereceram indícios importantes em torno da postura da Alden, empresa que entendemos ser a responsável pelo processo de loteamento, tendo como sócios dois grupos empresariais tradicionais de Mogi das Cruzes e Suzano.

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Em mais um dia de greve de ônibus, CET repete receituário ultrapassado

Em mais uma greve dos ônibus dos operadores privados do sistema estrutural da SPTrans (São Paulo Transporte), a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) repete receituário ultrapassado e privilegia o automóvel, liberando faixas exclusivas e corredores de ônibus para que sejam invadidos por automóveis, caminhões e motocicletas. É sintomático que a CET continue prejudicando a infraestrutura de priorização do transporte público sobre pneus, negando, por exemplo, que a despeito da paralisação das linhas do sistema estrutural, permanecem circulando as chamadas “lotações”, geralmente ônibus de menor porte que fazem parte do sistema local, responsável por atendimentos entre bairros, incluindo linhas alimentadoras para terminais de ônibus urbanos da SPTrans e estações do sistema de metroferroviário.

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Unidade de negócio!? Não, o Expresso Turístico deveria ser extinto

Parece que as prioridades andam um tanto estranhas na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos): enquanto pairam incertezas em torno da ideia de estabelecer ligações ferroviárias de caráter regional, utilizando trens confortáveis entre a capital e municípios como Campinas, Sorocaba e São José dos Campos, a estatal decidiu que vai criar uma “unidade de negócio” em torno de seu “ferrorama turístico” (aquele que utiliza uma locomotiva ultrapassada de manutenção em conjunto com carros de passageiros também de concepção superada).

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Alta dos combustíveis e a falta de consciência

É lamentável que a experiência adquirida com a implantação e operação de ônibus elétricos convencionais, por exemplo, não tenha nenhum papel relevante para ensejar propostas nas campanhas. O surgimento do Corredor Metropolitano ABD, que atende aos municípios de Diadema, São Bernardo do Campo, Santo André e São Paulo, é fruto de uma série de esforços envidados a partir da década de 1970, marcada pelos choques que ficaram conhecidos como crises do petróleo e, mesmo assim, parece não servir de exemplo, tanto com relação aos acertos, quanto com relação aos equívocos.

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Concessão das linhas 8 e 9 macula história da CPTM

Este artigo é o segundo de uma série especial de artigos sobre os 30 anos da CPTM. Quem acompanha nossa produção de conteúdo há algum tempo, sabe que temos na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) um foco especial, fruto de uma visão de longo prazo para o desenvolvimento socioeconômico não só da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) e da RMJ (Região Metropolitana de Jundiaí, recém-criada), que abriga municípios de extrema importância para a economia paulista, como a capital, São Paulo, e cidades como as de Barueri, Mogi das Cruzes, Osasco, São Bernardo do Campo e Santo André.

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